O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica crescimento de 5,8% na movimentação financeira das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em outubro de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o setor também apresenta um avanço de 5,8%, frente ao mesmo período de 2023.
Figura 1: IODE-PMEs
(Número índice – base: média 2021=100)
Fonte: IODE-PMEs (Omie)
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, indica que o faturamento positivo das PMEs em outubro foi impulsionado pela continuidade da recuperação do Comércio, que registrou alta de 16%. “Apesar dos desafios no ambiente de negócios, o aquecido mercado de trabalho e a elevação da renda real têm sustentado o consumo das famílias”, comenta. Dessa forma, o segmento mantém a tendência de crescimento já verificada no decorrer do terceiro trimestre (+15,7% YoY), tanto nas PMEs do atacado, quanto no varejo.
No mesmo caminho de aceleração verificada no ano como um todo (+10% YTD), está a Indústria, que teve expansão de 5,5% no faturamento de outubro. O progresso foi menos disseminado entre os segmentos da indústria de transformação. Dos monitorados pelo IODE-PMEs, apenas 11 apresentaram aumento no faturamento em outubro, com destaque para ‘Fabricação de móveis’, ‘Impressão e reprodução de gravações’ e ‘Fabricação de celulose e produtos de papel’.
As PMEs de Infraestrutura também registraram crescimento (+6%) e o avanço de atividades como ‘Coleta, tratamento e disposição de resíduos’ e ‘Captação, tratamento e distribuição de água’. Houve retração de operações ligadas ao mercado de construção civil, como ‘Serviços especializados para construção’ e ‘Construção de edifícios’.
O faturamento favorável do mercado no último mês, no entanto, não foi seguido pelas pequenas e médias empresas de Serviços, em que a movimentação financeira real se manteve estável. Do ponto de vista de expansão, no entanto, se destacam segmentos, como ‘Artes, cultura, esporte e recreação’, ‘Saúde humana e serviços sociais’ e ‘Atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria’.
O economista alerta perda de fôlego frente ao desempenho observado no decorrer dos meses anteriores, haja vista o avanço de 8,6% na média do terceiro trimestre de 2024. “É cedo para antever uma tendência duradoura de desaceleração no mercado de PMEs, mas é preciso se atentar para a queda de alguns condicionantes no período recente. Entre eles, aceleração das pressões inflacionárias no país, movimento de subida da taxa básica de juros pelo Banco Central, queda da confiança do consumidor em outubro (segundo o ICC-FGV) e ainda o aumento das percepções de riscos domésticos (questão fiscal) e internacionais (tensões geopolíticas e comportamento da economia norte-americana)”, comenta o economista.
Mesmo assim, o especialista espera uma sustentação da atividade econômica doméstica, especialmente ligada à expansão do consumo das famílias. “Neste contexto, considerando a performance das PMEs do Comércio nos últimos meses, as expectativas são positivas para a movimentação financeira dos negócios influenciados pelas datas sazonais do fim do ano, como Black Friday e Natal”, explica Beraldi, que mantém a projeção de crescimento de 6,4% para as PMEs em 2024.
Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)
Compreendendo a relevância das PMEs no desempenho econômico do nosso país, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é um tipo de apuração inédita entre as empresas do segmento, atuando como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 150 mil clientes*, cobrindo 701 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.
por NOVA PR
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